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“A Sé é amor solidificado em paredes de história”

  • Foto do escritor: ViseuaosNossosOlhos
    ViseuaosNossosOlhos
  • 25 de abr. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 26 de abr. de 2020

Catarina Resende, 20 anos, natural de Santa Maria da Feira, aluna do curso de Comunicação Social na Escola Superior de Educação de Viseu e uma eterna apaixonada por comunicação e pelo mundo da televisão.

Sendo aluna universitária, sabemos que a Sé de Viseu é um monumento bastante especial para si. Estivemos à conversa com Catarina e registámos o seu testemunho sobre o reboliço de emoções que a Sé lhe transmite e quem sabe, a saudade que lhe irá causar agora que está no último ano do curso.

A entrevista na íntegra tem assinatura de Juliana Santos, que te irá dar a conhecer este testemunho tão especial.

- Qual foi a primeira reação/ sentimento que tiveste quando viste ou estiveste na Sé pela primeira vez?

A primeira vez que vi a Sé senti segurança. Poderia até mesmo dizer que senti que estava em casa. No fervilhar de dúvidas e incertezas que me preenchiam a cabeça, foi como se tudo isso se reduzisse a nada. A grandiosidade daquele lugar fez com que tudo o que me atormentava desaparecesse e de um olhar fixo nasceu uma nova certeza: escolher Viseu para estudar foi a coisa mais inesperada, mas a mais acertada de sempre.

- Como estudante universitária de Viseu, qual é para ti o significado que a Sé representa para os alunos universitários de Viseu?

Enquanto estudante universitária de Viseu reconheço a importância que a Sé tem para todos os alunos e para as suas vidas académicas. A Sé é palco dos grandes momentos que vivenciamos na cidade, sejam momentos praxísticos, pessoais ou relacionais. É lá que se juntam amigos, que se fazem amizades e se criam laços. É também na Sé que procuramos as nossas reflexões, os momentos mais sérios, aqueles em que queremos estar apenas com nós próprios. A Sé representa um abrigo, uma casa com a porta sempre aberta para todos, independentemente do dia ou a hora.

Pode pensar-se que é apenas um monumento e que, apesar dos anos de história, não passa disso. Mas a verdade é que existe uma mística inexplicável que é muito difícil de explicar. Sente-se.

A sé é motivo e abrigo para festejar, para chorar, conversar ou apenas para se deliciar com o silêncio da noite. É isso mesmo: um abrigo. E um abrigo tão seguro e especial que é o primeiro a quem recorremos. É o primeiro a deixar saudades no momento da despedida. Porque é ali que fazem sentido as chegadas, as partidas, os reencontros.

- E para ti o que significa?

À semelhança do que referi anteriormente, para mim, a Sé significa conforto. Significa orgulho de estar onde estou, de chegar onde cheguei. Representa também a luta e o caminho para chegar onde tanto ambicionamos. A Sé significa esperança e orgulho. Esperança de um dia voltar e orgulho de tudo aquilo que vivi. A Sé é saber que por onde passe o meu futuro e destino, tenho sempre uma porta aberta para regressar onde fui feliz.

- Achas que as pessoas dão o devido valor a este monumento tão importante?

Considero que a Sé é um dos motivos que leva muitos dos turistas e visitantes a deslocarem-se até Viseu. Não haverá ninguém que visite a cidade sem apreciar a beleza incontestável da Sé.

Acredito que existe um respeito enorme pelo monumento, seja pela sua história ou pelos momentos que lá vivemos.

- Concordas ou não com o facto de hoje em dia a maior parte das pessoas só visitar a Sé para colocar a tão famosa foto nas redes sociais?

É inevitável que vários monumentos nacionais e internacionais sejam visitados pelo potencial fotográfico e pelo alcance que essas fotografias têm nas redes sociais, dada a sociedade em que vivemos. Quando todos os olhares estão sobre as redes sociais, é lá que as pessoas procuram destinos, apaixonam-se por eles e assim que os visitam replicam ângulos e poses em inúmeras fotografias.

Não considero que seja negativo, porque se isso faz com que as pessoas os visitem, pois que o seja. Quando não existir nenhuma razão que leve as pessoas a saírem de casa para conhecer o nosso património cultural, estes locais cairão em esquecimento.

- Sentes que a Sé tem o merecido respeito por parte de quem a visita, a nível de não poluir, não estragar nada que se encontre no seu interior/exterior, etc?

Existe um sentimento de respeito que, apesar das inúmeras pessoas que passam pela Sé, esta continua sem vestígios de vandalismo ou de poluição. Este respeito certamente cultivado pelas gentes de Viseu, é seguido pelos turistas e visitantes. Existe um ditado português que representa exatamente aquilo que estou a referir, que é: “À terra onde fores ter, faz como vires fazer.”.

- Quais são os momentos mais marcantes que tens de recordação neste local?

Guardo com muito carinho diversos momentos que vivi na Sé, sejam eles momentos da vida académica, como pessoal. Guardo sobretudo conversas que se prolongaram pela noite. Guardo momentos preenchidos de orgulho, regados com lágrimas. Guardo a recordação da praxe e da primeira vez que trajei. Não esqueço também de momentos de maior solidão em que procurei respostas sentada apenas a refletir. Não posso esquecer das amizades que fiz lá, das que reforcei e das que vão sempre ter lá uma casa.

Estes são alguns dos momentos que mais me marcaram. Desde o primeiro dia em que cheguei a Viseu que os meus momentos favoritos passam pela Sé. É impossível ficar indiferente a um sítio tão especial.

- Tens alguma sugestão para que futuramente a Sé desenvolva algumas atividades que dêem a conhecer a sua verdadeira história ou o seu verdadeiro valor?

Existem diversas estratégias que considero que podem ser interessantes para divulgar a verdadeira história da Sé. Estas podem passar por dinamizar eventos culturais no espaço ou divulgação em redes sociais e outdoors.

Para além disso, deve ser considerado a passagem destes conhecimentos nas escolas e universidades, principalmente aos alunos que não são da cidade, para que possam conhecer e reconhecer o valor deste monumento.

“A Sé é amor solidificado em paredes de história.” Catarina resume numa única expressão o que para si simboliza a Sé de Viseu e ainda nos deixa clara a saudade que vai ter deste lugar tão emotivo e especial para si. Fala clara e abertamente sobre o monumento, mas podemos evidenciar a forma especial e carismática com que nos conquistou ao longo de toda a entrevista. Tal como ela existem muitas pessoas com sentimentos bons e testemunhos acerca deste local. Fica atento, não ficamos por aqui…



 
 
 

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