Primeira Paragem da Nossa Viagem: A Sé
- ViseuaosNossosOlhos
- 21 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
Hoje, vamos dar-vos a conhecer um dos locais mais importantes para os Viseenses e para os estudantes que por cá passam e criam memórias que levam para o resto da vida, a Sé Catedral de Viseu. É impossível falar de Viseu sem falar da Sé, pois é o monumento mais emblemático da cidade e deste modo faz todo o sentido começarmos por apresentar um local especial e marcante para nós, como estudantes universitárias que somos.
Foi no século XII, durante o reinado de D. Afonso Henriques, que a Sé de Viseu começou a ganhar forma. A sua construção foi iniciada com o estilo românico, tendo sofrido enúmeras remodelações desde o seu início até aos dias de hoje.
No século XIII sucedeu-se uma remodelação geral com caraterísticas góticas impulsionadas pelo bispo D. Mateus Martins tendo sido continuada por D. Egas Viegas. Devido à crise do século seguinte, as obras alongaram-se por muitos anos.
O estilo gótico que começava a aparecer na Sé de Viseu, era composto por um corpo de três naves e três tramos, que recordam mais o românico-beneditino do que propriamente o gótico. A construção neste estilo teve continuidade ao longo do século XIV, dando origem a um novo claustro, concluído em 1352.
O período manuelino foi um marco para a Catedral de Viseu, foi neste período que começou a ganhar o aspeto de grande qualidade estética que predomina até aos dias de hoje. Dentro destas, destacam-se as abóbadas das naves, um projeto sob a iniciativa do bispo D. Diogo Ortiz Vilhegas, um prelado português com origens Castelhanas, que se promulgou durante décadas até 1513, data do seu término.
No período de 1501 e 1505, o bispo D. Fernão Gonçalves de Miranda, sugeriu a construção de um retábulo (também podemos chamar de altar) para a capela-mor, que iria ser composto por dezoito painéis que tinham como propósito o destaque da vida da Virgem, a infância e a Paixão de Cristo, obra realizada por Vasco Fernandes (Grão Vasco) e Francisco Henriques.
Entramos agora no período renascentista, no século XVI, o bispo D. Miguel da Silva introduziu à Sé Catedral espaços de cariz renascentista, como um novo claustro que foi edificado entre 1528 e 1534.
Devido a um temporal, em 1635 assistiu-se ao desmoronamento da fachada manuelina, o que levou a que a sua substituição tivesse agora outras caraterísticas, de cariz maneiristas.
Anos depois, entre 1675 e 1684, a capela-mor sofreu alterações profundas sob a alçada do bispo D. João de Melo, que tornou as caraterísticas da capela-mor mais maneiristas, com uma composição mais retabular e a sua abóbada pintada com cores mais fortes e coloridas. As intervenções feitas serviram para uma modernização da Catedral, esquecendo um pouco o seu aspeto medieval.
A remodelação mais profunda feita na Catedral acontece no século XVIII, com a criação de janelas na fachada e nas capelas laterais, com objetivo de diminuir os gastos em cera. Surge também um novo pavimento devido ao mau estado em que as pedras se encontravam.
As capelas laterais foram reformadas e dedicadas a São João e São Pedro. Ao claustro já existente foi acrescentado um segundo piso, para evitar danos causados pelas tempestades. Estas mudanças fizeram-se acompanhar da conhecida talha dourada que decorava os grandes monumentos na altura.
Até aos dias de hoje, a Catedral de Viseu, como a conhecemos, continua a sofrer alterações. Houve uma requalificação onde foram feitas intervenções na parte do restauro e conservação do monumento. Tudo para que a Sé que conhecemos e que outros conhecerão, não perca o seu encanto e continue a ser um local de passagem obrigatório para quem visite Viseu.
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